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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Chegada

    Eu, a Elisiane e o Diego. Depois de voar de Curitiba - RJ - Lisboa - Porto, chegamos ás 24 hs do dia 7 de setembro de 2010.
    O caminho pra cá teve muita história. Chegamos em Porto, deixamos o Diego, que iria pra Guimarães, e então precisávamos pegar um metro do aeroporto até a estação principal, e outro até Braga, até aí ok. Porém, estávamos com duas malas de rodinha gigantes, (a Elisiane tinha 3) e mais uma bolsa de mão. Entramos no metro (aqui a pronúncia é "métro" e não "metrô") e conseguimos lotar um vagão só com as nossas coisas. Um português ficou olhando a cena com uma cara "pra que tanta mala? " tive que falar: "é que viemos do Brasil e vamos passar um ano". Começamos a conversar e ele perguntou como iríamos pegar o comboio ( um tipo de trem) com todas essas malas e,  prevendo que a coisa fosse crítica, nos ajudou. Depois descobrimos o porque, o metro quando pára, espera apenas alguns segundos e, se ele não tivesse nos ajudado, não sei como teríamos conseguido. Acho que não daria tempo de retirar todas as malas, ou uma de nós poderia ter descido enquanto a outra, não. Em um lugar totalmente desconhecido, sem celular, nossa, nem quero imaginar, esse homem foi um anjo mesmo. Depois, ele nos ajudou a comprar o último bilhete até Braga. O comboio foi tranquilo, mais espaçoso e a parada dele é mais demorada, sem problemas desta vez.
     Enfim, a estação de Braga. Pegamos um táxi até a Residência. Aqui vale fazer um parênteses: os táxis são mercedes ou BMW apenas, nada de táxi em carro popular. Também, depois fomos descobrir que os carros em geral são muito baratos. E se os novos são baratos, imaginem os usados, com uns 1000 euros se consegue comprar um carrinho usado simples,  mas em bom estado. Enquanto no Brasil, acho que com este valor, que seria em média uns 2.350 reais, acho que só seria possível comprar um fusca.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os preparativos

    Eu me inscrevi para o processo seletivo realmente no último minuto, pois entreguei meus papéis  ás 22.30 hs do último dia de inscrição para achefe do departamento. Acho que gosto da sensação de correr contra o tempo, porque deixar as coisas pra útlima hora é minha especialidade ( mas não aconselho isso, ok?). Após ser selecionada na minha Universidade, começa a correria para a compra de passagens, visto, passaporte, etc. E é correria mesmo, porque é muita burocracia.
    Primeiramente, para a candidatura da vaga em Portugal, são vários formulários, currículo e papéis a serem preenchidos. Depois que se recebe a carta de aceite, por correio, precisa dar início ao passaporte e mais milhões de coisas. Feito isso, começa a correria pro visto... mais uma vez a mesma história haha. Para o visto você precisa de coisas como: certificado de antecedentes criminais, comprovativo de meios de subsistência, comprovante de moradia em Portugal, pb4, que é um seguro de saúde e muitos documentos autenticados. Algumas coisas são feitas em outras cidades: em Joinville, o passaporte; Curitiba, o visto e Florianópolis, o PB4.  Então, aqui vai uma dica, não enrole. Comece o mais rápido possível a providenciar tudo, porque são muitas coisas mesmo. O meu visto por exemplo, chegou na sexta- feira e eu ia viajar na segunda. E sem ele , não dá pra viajar, imaginem meu nervosismo esperando ele chegar.
    A fase dos preparativos leva uns meses, um tempo que você passa atolado de coisas, porque, aliado a todos esses procedimentos no meu caso, eu também estava trabalhando o dia inteiro e estudando á noite. Portanto, além desses assuntos eu tinha minhas obrigações cotidianas.
    Uma coisa importante que fiz, foi deixar uma procuração geral feita no cartório da minha cidade que custou 30 e poucos reais, onde eu deixo total liberdade para uma pessoa, no caso minha mãe, lidar com qualquer coisa relacionada a minha pessoa: assinar documentos, movimentar contas bancárias, etc. Isso é uma segurança, pois você nunca sabe o que pode acontecer. Ah, e o cartório já tem a procuração pronta, você só precisa assinar.
É isso, depois da parte burocrática e extressante vem a hora da viagem.
    Vale lembrar que além da toda a papelada, eu considero importante que você lembre de aproveitar os últimos momentos na sua terrinha e com as pessoas que você gosta. São meses, estressantes, ansiosos e cansativos, mas sair com os amigos e fazer o que gosta, não tem preço.
    Antes de viajar eu pensei: " tenho que fazer tudo o que eu sempre tive vontade de fazer e não fiz, para o caso de que, se o avião cair, eu pelo menos irei morrer com a sensação de missão cumprida ahahahaa" Há quem ache isso exagero, mas realmente você nunca pode prever o que irá acontecer, e isso me levou a ter atitude e a fazer muitas coisas das quais hoje olho pra trás e me orgulho, por ter aproveitado mesmo todos os pequenos momentos. Momentos com a família, com os amigos e outros objetivos. Fiz uma lista mental das coisas que eu gostaria de falar, de fazer, das pessoas que eu precisava encontrar, conhecer e pequenas loucuras e coisas engraçadas que, se você for minha amiga e estiver lendo isso, provavelmente vai lembrar de alguma. E... no último sábado antes do embarque, estava eu, alcançando o último objetivo dessa lista :)
    Outra coisa legal é fazer uma festa de despedida, só não aconselho que faça isso um dia antes, como eu fiz. Porque pra mim e pra algumas pessoas com quem conversei, na noite anterior á partida parece que é comum você ter algum tipo de ataque de emoções e não é legal passar a noite chorando ehehehe. Eu estava muito tranquila durante todo o tempo, sempre estive ciente de que, ao tomar a minha decisão, eu iria deixar coisas como o trabalho, amigos, família e quando voltasse, as coisas poderiam estar muito diferentes. Mas, nesta noite, me deu um aperto por deixar  essas coisas,  minhas lindas amigas e amigos, parceiros pra tudo, as festas e a melhor casa com a melhor mãe do mundo.
    Mas é preciso assumir riscos nesta vida, não é mesmo? E isso passa, pode ter certeza! No outro dia  já estava  tudo bem.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Intercâmbio- O Início

    Decidi escrever um blog pra contar um pouco mais sobre a experiência de um ano longe de casa. Neste mundo com uma facilidade de acesso á informação nunca vista antes, acho importante compartilhar experiências e idéias, que podem ajudar e satisfazer a curiosidade de muitas pessoas. Aqui vou relatar desde a tomada de decisão até as dificuldades e alegrias que um intercâmbio pode lhe proporcionar.
    Eu curso Administração em uma Universidade Particular na minha cidade São Bento do Sul, que possui um convênio com algumas Universidades estrangeiras, dentre elas a Uminho, localizada na cidade de Braga, em Portugal. Minha Universidade possui um acordo de cooperação em que eu posso fazer algumas disciplinas que validam com o meu curso e outras apenas a fim de agregar conhecimento. A parte que não é muito legal é o fato de você atrasar um ano do seu curso e quando voltar não estudar mais com a sua atual turma. Mas, esse ano que você passa fora com certeza traz muitos aprendizados que compensam isso.
    Estávamos um dia em mais uma palestra na faculdade, esta sobre o intercâmbio, afim de promover o conhecimento do programa e o relato das pessoas que vieram para Portugal no ano anterior.Eu sempre quis fazer um intercâmbio, desde pequena falava pra minha mãe que um dia iria passar um ano fora. E a minha mãe nunca acreditava, dava risada e me perguntava se eu teria coragem, porque afinal eu sempre fui uma criançã super tímida, quem me conhece agora pode achar que isso não é possível visto que hoje sou muito diferente. Isso martelava muito na mminha cabeça mas apartir do momento em que eu começei a trabalhar e estudar, fui deixando pra trás, porque é muito difícil deixar um emprego estável e abandonar a faculdade para fazer isso nos dias de hoje.
    Então, após esse palestra eu cheguei em casa e começei a pensar na hipóstese de me candidatar ao intercâmbio, e o fato de ser um programa pela faculdade era um ponto muito positivo. Desde criança eu sempre tive idéias mirabolantese vivia fazendo milhões de planos, a maioria deles eu não colocava em prática, mas sempre continuava pensar em muitas hipósteses afim de resolver problemas e conflitos. Eu não possuía todo o dinheiro para passar um ano fora, tinha alguma economias mas não eram suficientes. O programa com a minha faculdade funciona da seguinte forma: você é isento de pagar a mensalidade no Brasil e em Portugal, mas arca com o restante dos custos, que pelas minhas pesquisas girava em torno de 400 euros por mês e sem contar a passagem aérea. E é tudo em euros então, no mínimo 2,3 vezes a mais que o real. Fui pensando, pensando, e fiz um esboço de um pequeno plano para conseguir a quantia de dinheiro necessária, algo bem realista, se eu conseguisse isso viajaria, caso contrário não.
    De imediato, eu não contei minha idéia pra muita gente, apenas a duas amigas mais próximas. Até minha mãe ficou sabendo disso mais tarde, uns dias antes de realizar a inscrição, eu não quis contar  a ela antes, porque como minhas idéias eram sempre um pouco mirabolantes e minha mãe, que já tem seus 50 anos e é mais conservadora, sempre "cortava o meu barato" falando: " isso não vai dar certo" essas coisas. Mas me surpreendi porque ela foi muito motivadora e ficou feliz com a minha idéia.
    Fiz a inscrição, fui aprovada e graças a Deus e á algumas pessoas importantes que me ajudaram, aqui estou eu, no dia 22 de janeiro, no meu quarto da Residência Universitária de Santa Tecla, começando a descrever a história da realização de um sonho. É isso mesmo, um sonho, o que isso sempre foi pra mim.